a primeira igreja do Paraná está abandonada. A Igreja de Nossa Senhora das Mercês, localizada na Ilha da Cotinga, foi construída em 1677 pelos primeiros colonizadores europeus que chegaram ao estado.
Com mais de 300 anos de história, a primeira igreja do Paraná está abandonada. A Igreja de Nossa Senhora das Mercês, localizada na Ilha da Cotinga, foi construída em 1677 pelos primeiros colonizadores europeus que chegaram ao estado. O edifício foi reconstruído em 1993, mas o que restou da combinação entre falta de manutenção e vandalismo, durante os últimos 18 anos, foram apenas ruínas.
As paredes da igreja estão de pé, mas seu interior está tomado pela vegetação. O caminho que leva às ruínas também está prejudicado. A trilha não é sinalizada e a escadaria, sem manutenção, é escorregadia e ruiu em alguns pontos.
A construção passou por sua última reforma em 2000, durante as comemorações pelos 500 anos do descobrimento do Brasil, quando ganhou placas comemorativas. Onze anos depois, visitantes se depararam com a igreja praticamente demolida. Moradores da ilha também estão descontentes com a degradação do local. “Moro na ilha desde 1983 e já vi a igreja ser reformada duas vezes, mas não adiantou”, conta o morador Noel Pedro de Bastos. De acordo com ele, a ação de vândalos, que aos poucos desmontaram a igreja, acelerou a degradação do local.
Restauração
Responsável pela manutenção da Ilha da Cotinga, a prefeitura de Paranaguá afirma que o local irá passar por uma revitalização. No entanto, o valor e a previsão para o início dos trabalhos ainda não foram definidos. O projeto prevê melhoria nas trilhas, na escadaria e na própria igreja, fazendo da ilha parte de um roteiro turístico pela cidade. De acordo com a Fundação Municipal de Turismo (Fumtur), o município deve investir em uma parceria público-privada, que ainda está em negociações.
Além de representar o resgate da memória paranaense, a revitalização da igreja fortalece mais um ponto turístico de Paranaguá. A iniciativa é esperada há anos pelos integrantes da Associação dos Barqueiros do Estado do Paraná (Barcopar), que reconhecem a importância do local. “Sabemos do potencial turístico da Ilha da Cotinga. Os turistas se interessam pela história, mas o problema é que as pessoas não reconhecem a riqueza que têm”, lamenta o diretor da associação, Edenil Fernandes de Paula. Por ano, cerca de 100 estrangeiros se dirigem para a Cotinga, sem contar os fiéis que pretendem fazer homenagens à santa, tornando o local um dos destinos mais procurado pelos turistas. O plano dos barqueiros é designar um morador local para se tornar o guia oficial da ilha, responsável por recepcionar os turistas e conduzir as visitas.
Antônio More / Gazeta do Povo